"Fatigados de esperar o previsto,
um desejo, o outono, a morte,
um desejo, o outono, a morte,
passamos a aguardar o imprevisto.
E assim como nunca importou demasiado
que o previsto chegasse ou não chegasse,
agora também não importa demasiado
que o imprevisto venha ou não venha.
Muito mais que o objecto
ou a ansiedade da nossa espera,
o que importa é a mudança
do nosso sentido de esperar,
essa mudança que pouco a pouco leva a outra espera,
para além do previsto e do imprevisto,
a espera desinteressada de toda a forma de espera."
Roberto Juarroz em "Poesia Vertical"
Roberto Juarroz em "Poesia Vertical"
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