" ... amo a humanidade mas espanto-me comigo mesmo: quanto mais amo a humanidade em geral, menos gosto das pessoas em particular, ou seja, em separado, como indivíduos. Frequentemente nos meus sonhos, dizia-me ele, chegava a desígnios apaixonados ao serviço da humanidade e teria até talvez aceitado a cruz pelas pessoas, se isso de repente fosse de algum modo exigido; e no entanto não sou capaz de viver dois dias seguidos com qualquer outra pessoa no mesmo quarto, como sei por experiência. Basta alguém estar perto de mim, e já a sua personalidade oprime o meu amor-próprio e restringe a minha liberdade."
Fiódor Dostoievski em "Os Irmãos Karamázov"