domingo, 30 de março de 2014
sábado, 29 de março de 2014
Sobre a poesia de Rainer Maria Rilke
"Era uma poesia de ambiente, que aspirava vagamente a qualquer coisa que havia de vir, vagamente nostálgica de qualquer coisa que já não existia. Era perfeita no seu género sentimental, sensível e subtil. Um tema que frequentemente o inspirava era o que vivia de estranho e de misterioso na vida, não na vida vivida ou visível, mas na que era sentida, por intuição, sob o ponto de vista da unidade:
Os sonhos são para mim como as orquídeas,
Esplendorosas e alegres.
Da árvore gigantesca da vida
Extraem sua força.
Orgulhosos do seu sangue emprestado,
Eles se vangloriam, e depois vacilam.
Um segundo mais tarde, empalidecem e morrem.
E, como universos acima de nós,
Movem-se silenciosamente.
Não sentis um perfume no ar?
Os sonhos são para mim como as orquídeas."
"Correspondência Amorosa" de Rainer Maria Rilke & Lou Andreas-Salomé
domingo, 23 de março de 2014
"Há um encanto subtil no paladar do chá que o torna irresistível e susceptível de idealização. Os humoristas ocidentais não demoraram a misturar a fragrância do seu pensamento com o aroma do chá. Este não tem a arrogância do vinho, a consciência de si próprio do café, nem a inocência afectada do cacau."
Kakuzo Okakura em "O Livro do Chá"
sexta-feira, 21 de março de 2014
"Tapa-me a luz dos olhos: continuarei a ver-te
Tapa-me os ouvidos: continuarei a ouvir-te
E embora sem pés caminharei para ti
E já sem boca poderei ainda convocar-te.
Arranca-me os braços: continuarei abraçando-te
Com o meu coração como com a mão
Arranca-me o coração: ficará o cérebro
E se o cérebro me incendiares também por fim
Hei-de então levar-te no meu sangue."
Rilke a Lou Andreas-Salomé
sexta-feira, 7 de março de 2014
A moda de Picasso
Inspirando-se nas famosas pinturas de Pablo Picasso, o talentoso fotógrafo espanhol Eugenio Recuenco concebeu esta criativa série de fotografias de moda!
"De começo o chá era um remédio e transformou-se numa beberagem. Na China, no século oito, entrou no reino da poesia como um dos divertimentos polidos. O século quinze viu o Japão enobrecê-lo ao torná-lo numa religião de estética - Cháismo.
O Cháismo é um culto baseado na adoração do que é belo entre os factos sórdidos da existência diária. Incute pureza e harmonia, o mistério da caridade mútua, o romantismo da ordem social. Consiste essencialmente numa adoração do Imperfeito, já que é uma tentativa terna de atingir algo possível nesta coisa impossível a que chamamos vida.
A Filosofia do Chá não é mero esteticismo na acepção vulgar do termo, porque exprime, conjuntamente com a ética e a religião, todo o nosso ponto de vista a respeito do homem e da natureza. É higiene, porque impõe limpeza; é economia, porque revela o conforto que existe na simplicidade, mais do que no que é elaborado e caro; é geometria moral na medida em que define o nosso sentido de proporção face ao universo. Representa o verdadeiro espírito da democracia oriental ao fazer de todos os seus partidários aristocratas no gosto."
Kakuzo Okakura em "O Livro do Chá"
sábado, 1 de março de 2014
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