quinta-feira, 14 de junho de 2018

"O dia virá em que já não sabes
a idade das pedras caídas
na geografia difícil do rosto.
 
Há um muro que te há-de deter
onde medirás a distância da viagem
como de cada vez que se morre
 
o cabelo tão branco que não
será só assim branco
o olhar a dizer o que a terra sabe.
 
Porque a boca há-de calar-se
e na matriz de gelhas do rosto
será apenas mais uma ruga."

António Amaral Tavares  em "Os Nomes dos Pássaros"