se eu lembrar a tua voz
e depois for lembrada
a minha voz, e muito mais tarde
ainda, fiel memória,
a conjurar as trevas e as fossas,
arrancar do silêncio as imperceptíveis
perguntas dos olhos cegos: onde estás?, onde estás?,
onde estás?, e nenhuma resposta
se erguer da terra
à excepção de uma flor."
Màrius Sampere (1928) em "Resistir Ao Tempo - antologia de poesia catalã"
Assírio & Alvim
1ª edição, Junho de 2021
Página 401