coberta por um caos de silvas e de mato.
Limpo, ficou subitamente à vista
- firme e alto - um muro de pedra.
Transmitia beleza e verdade,
como um bom poema,
porque, para dizer o que se sabe,
são precisos anos: esperar que as memórias
se confundam connosco.
Como aquele muro tão forte de pedra, súbito,
precisamos de tempo para irmos assentando.
É então que ser velho tem vantagens:
podemos ser fortes e claros, como o muro,
sem ignorarmos a morte, pois ignorá-la
é não ter compreendido nada da vida."
Joan Margarit em "Animal de Bosque"
Língua Morta | Flâneur, Abril de 2024
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