"As mãos têm em si uma infinidade de prazeres. (...) Muita da energia chega até nós através das mãos. Sensações também. A sensação das coisas, texturas, superfícies, coisas ásperas como pinhas e cortiça, coisas suaves como caules e penas e seixos arredondados pela água, a sedução de tecidos diáfanos, as delicadas cócegas de uma lagarta que rasteja, a rugosidade do líquen, o calor do sol, a ferroada do granizo, o brusco golpe da água que cai, a circulação do vento - nada que eu possa tocar ou que me toque, mas que tem a sua própria identidade tanto para a mão como para o olho."
Nan Shepherd em "A Montanha Viva"
Edições 70, Abril de 2022
Página 173
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