havia muito tempo.
(Seu cabelo era preto
e branco o seu vestido.)
O seu vestido é preto.
O seu cabelo é branco.
Vai sentada no banco
mesmo em frente do meu.
Ao lado, um vulto de homem
que é a memória viva
da força já antiga
que lhe agitava o seio.
Falam só do presente.
Mas suas mãos cruzadas
é nas coisas passadas
que poisam, meigamente.
Um halo de inocência
e de serenidade
- não a breve grinalda
de lírios ou de rosas -
lembra o amor sem posse
de onde lhes vem o ar
de deuses que se amaram
em dias que não morrem."
Sebastião Da Gama em "Campo Aberto"
Ática, Janeiro de 1999
Páginas 85 e 86
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