" ... a pós-modernidade se apresenta sob a forma do paradoxo e nela duas lógicas coexistem intimamente, uma que favorece a autonomia, a outra que aumenta a dependência.
(...)
A essência do individualismo é o paradoxo. Face à desestruturação dos controlos sociais, no contexto pós-disciplinar, têm a possibilidade de se assumir ou não, de se autocontrolar ou de deixar andar. A alimentação é o melhor exemplo. Uma vez que as obrigações sociais, e particularmente as religiosas (jejum, quaresma, etc), desapareceram em relação a este assunto, observa-se comportamentos individuais responsáveis (vigilância do peso, informação sobre a saúde, ginástica) que roçam, por vezes, o patológico por excesso de controlo (condutas anoréxicas) e atitudes completamente irresponsáveis favorecem a bulimia e a desestruturação dos ritmos alimentares. A nossa sociedade da magreza e dos regimes alimentares é também a da obesidade e do sobrepeso."
Giles Lipovetsky & Sébastien Charles em "Os Tempos Hipermodernos"
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