"Há um momento em que percebemos que as perguntas nos deixam mais perto do sentido, da abertura do sentido, do que as respostas. Que as respostas são úteis, sim, que precisamos delas para continuar a viver, mas que a vida transforma as próprias respostas em perguntas.
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Deveríamos dedicar mais tempo a escutar essas perguntas que pulsam no nosso interior, soterradas no atordoamento dos dias, omitidas pelo pragmatismo ou pelo medo, adiadas para um momento ideal que depois nunca é.
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Deveríamos dedicar mais tempo a escutar essas perguntas que pulsam no nosso interior, soterradas no atordoamento dos dias, omitidas pelo pragmatismo ou pelo medo, adiadas para um momento ideal que depois nunca é.
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Quando, mais tarde, nos tornarmos repetidores sonâmbulos de respostas feitas, carregados de saberes, previsões e mapas, é importante pelo menos recordarmos a nós mesmos que houve já um tempo em que as perguntas foram o contacto (consciente e fulgurante) com a vida não predeterminada. E quem sabe se essa memória nos alentará a recomeçar, como se cada pergunta fosse uma possibilidade de nascer?"
José Tolentino Mendonça em "O Pequeno Caminho das Grandes Perguntas"
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