"Descrever um lugar indescritível é torná-lo inamovível para o resto da minha vida, que certamente decorrerá ao lado da árvore, como sempre tem decorrido no jardim que o pensamento permite. O jardim não é criado pelo pensamento, o jardim permite pensar, tem a sua própria forma de pensar o pensamento."
"Todas as árvores batem com as folhas no mar."
"... grande é o alvoroço na folhagem a perder de vista do Grande Maior. É rara, de facto, uma tão grande simbiose entre o humano e o vegetal."
"Se eu tropeçar nalgum sonho, posso sempre recorrer à memória que tenho da sua melodia."
"Imagens repletas do silêncio e da fascinação dos sons. Guardando a palavra como sua indefectível preciosidade. Ou folhas que se entregavam com um prazer consciente e austero,
voluntariamente,
a uma espécie de simbiose bravia. Gerando híbridos de luar libidinal. Um deles, o da Noite Obscura, desfolhava-se no teclado dos sentimentos e fazia surgir, como um banal milagre do ritmo, um florilégio de emoções estranhas."
"Parasceve" de Maria Gabriela Llansol
Relógio D' Água, Abril de 2001
Páginas 12, 73, 82, 106 e 168
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