quarta-feira, 14 de julho de 2021

 
"O desconhecido parecia sempre mais ameaçador do que o conhecido, mesmo quando este último era intolerável."


"Os olhos são de um azul-claro intenso e de vez em quando estremecem, como o focinho de um cão ao investigar um cheiro. É difícil observar-lhe os olhos sem nos sentirmos indelicados. Estão absolutamente desprotegidos  - não por inocência, mas por uma paixão pelo acto de observar. Se os olhos são a janela da alma, esta não tem vidros, nem cortinas, e ele aparece na moldura, mas não se pode ver mais além do seu olhar."


"Nada se perde, diz ele, tudo o que vemos permanece connosco."




"Fotocópias" de John Berger
Antígona Editores Refractários
1ª edição, Novembro de 2020
Páginas 63, 74 e 79

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