"É na fragilidade do teu nome que resguardas
palavras para um tempo de secura e esquecimento.
A liberdade ampara-as e o desejo pronuncia-as
até que sejam corpo do teu corpo e irradies.
Não é de muita água que precisa o dia fértil
numa concha da palavra é ouvido o mundo todo
-e a vida vai fendendo as durezas mais rugosas
não como veios de água ou aflorações do sangue
mas com uns versos frágeis e volantes, quase ditos.
Do poema é a voz pobre. Respirando a céu aberto
ele vem da escuridão, já perdido de si mesmo.
Até que ouça luz de alguma luz - e fique escrito."
"Sombra Silêncio" de Carlos Poças Falcão
Opera Omnia, Outubro de 2018
Página 37
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