sábado, 7 de maio de 2022

 
"Falarei da luz que há na luz
na treva que há na treva dessa luz.
Jogarei com as árvores e a terra
toda a infância será ressuscitada.
Direi que o poema é obscuro. Dele
direi que é um sol negro. Da pele
falarei, do mais profundo.
Falarei dos astros com silêncio
e de mim como do mar murmurarei.
Aviso que nada descobrirei."



"Arte Nenhuma" de Carlos Poças Falcão
Língua Morta / Livraria Snob
Outubro de 2020
Página 19

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