"Conheço um lugar onde floresce o tomilho silvestre,
onde primaveras e violetas pendentes crescem,
coberto por um dossel de madressilvas exuberantes,
com doces rosas almiscaradas e roseiras-bravas;
lá dorme Titânia uma parte da noite,
embalada, nessas flores, com danças e festas;
e lá a serpente troca sua pele esmaltada,
qual larga folha que possa envolver uma fada;
e com o suco disto vou esfregar-lhe os olhos
e deixá-la repleta de odiosas fantasias.
Pega um pouco dele e procura neste bosque:
uma doce dama ateniense está apaixonada
por um desdenhoso jovem; unge os olhos dele;
mas faz isso de modo que a dama seja
a próxima coisa que ele veja. Reconhecerás o homem
pelos trajes atenienses que veste.
Faze-o com algum cuidado, para que ele se mostre
mais apaixonado por ela do que ela por seu amor.
E procura encontrar-me quando o primeiro galo cantar."
William Shakespeare (1564-1616),
in "Sonho de uma Noite de Verão", Acto II, Cena I
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