sexta-feira, 26 de dezembro de 2014

Os antigos mistérios

 
"Existe no Extremo Oriente uma crença antiga, e largamente difundida, numa galáxia de espíritos esclarecidos que vivem à parte nas regiões inacessíveis da Ásia.
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Note-se o facto de que Pitágoras e Apolónio estiveram em contacto com um sistema muito velho de instrução iniciática conhecido sob o nome de Grandes Mistérios. Enquanto os Mistérios Menores eram simplesmente os cultos populares, os Grandes Mistérios eram reservados a um círculo restrito de espíritos cultos capazes de se elevarem acima do nível médio das massas.
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No Egipto, na Grécia, na Babilónia ou na Índia, aquele que aspirasse à iniciação esperava revelações contemplando o infinito durante as noites consteladas de estrelas. Assim, Pitágoras encontrou as sete notas da escala e a «música das esferas», o sentido filosófico dos números e a forma redonda da Terra. De uma maneira idêntica, Platão descobriu que as ideias abstractas formavam, por si mesmas, um mundo invisível. A natureza eterna do universo foi revelada a Heraclito do Ponto. A maior parte da filosofia grega teve a sua origem nos Mistérios do Egipto. Pitágoras e Platão foram instruídos pelos Grandes Sacerdotes do vale do Nilo.
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Os Mistérios usaram sempre uma linguagem hermética para salvaguardar os conhecimentos secretos.
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Desde os tempos mais remotos existe um código internacional secreto de símbolos de uso comum dos iniciados, que dá a chave da significação dessas doutrinas secretas, símbolos que ainda são ciosamente guardados pelas confrarias religiosas da Índia, do Tibete, da China, da Mongólia e do Japão, diz um professor de Oxford, o doutor Evans-Wentz.
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"A admissão aos Grandes Mistérios exigia complicadas cerimónias, chamadas iniciações. Através das obras dos autores clássicos, parece evidente que se manifestavam fenómenos extraordinários enquanto esses ritos se realizavam.
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Os Mistérios receberam os maiores elogios de uma grande parte dos espíritos esclarecidos dos tempos antigos: Píndaro, Platão, Plutarco, Eurípides, Aristófanes, Cícero, Epicteto, Marco Aurélio e muitos outros. As narrativas desses grandes pensadores mostram o respeito que tinham pelos Mistérios. É uma verdade histórica que a grande ciência, o imenso saber e a alta filosofia das Escolas dos Mistérios Egípcios estimularam os homens mais eminentes da idade clássica.
Os mais difundidos desses Mistérios eram os de Ísis, de Orfeu, de Elêusis, de Ceres, de Mitra. As cerimónias de iniciação desenrolavam-se de noite, geralmente em grutas, labirintos ou pirâmides. O carácter cósmico e significativo dos Grandes Mistérios torna-se aparente, partindo da doutrina fundamental de que a Terra é para o homem, simplesmente, um lugar de exílio e de que o espaço sideral é a sua verdadeira morada.
Assim, uma associação de Homens Sábios, mundialmente disseminada, foi criada na aurora da civilização e conseguiu conservar a Antiga Sabedoria durante milhares de anos. Existia uma íntima relação entre a Ciência - especialmente a astronomia - e os Grandes Mistérios. Esta conclusão ressalta do simbolismo astronómico empregado nos Mistérios.
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É evidente, através dos documentos históricos precedentes, que as Escolas do Mistério não só abriam os olhos para o Eu subliminar e elevavam o homem a um plano cósmico de consciência, como também lhe davam uma instrução científica e dados precisos sobre a história desconhecida da humanidade."

"Shambhala - A misteriosa civilização tibetana"  de Andrew Thomas

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