"Para mim, viajar baseava-se em três coisas: horários, planos e ideias, mas é o último elemento que é o mais essencial para desfrutar da viagem. Os horários envolvem declarações como: «Temos que partir já para apanharmos o autocarro» ou «Temos exactamente duas horas para visitar esta cidade» ou «Não temos tempo para ficar contigo, o nosso voo parte amanhã». Não sei lidar com horários. São bons para umas férias planeadas, para uma viagem de autocarro, mas, se querem mesmo ver um país e visitar as pessoas e os locais como desejam, esqueçam os horários. Eles impõem pressão e anda-se sempre apressado.
Os planos são úteis mas voam facilmente pela janela. A flexibilidade é a principal regra. Se os planos puderem ser contornados e adaptados e modificados ao último minuto, sem levar a quaisquer confusões ou problemas maiores, então é muito melhor.
As ideias são a melhor ideia. Partimos para algum sítio com uma ideia de que queremos ver isto ou aquilo ou ir aqui ou ali, mas não fazemos absolutamente nenhuma ideia do que irá acontecer no entretanto ou quando chegarmos lá. De facto, podemos até nem chegar lá porque, à medida que viajamos, podemos ficar com a ideia de que não queremos ver o sítio que tínhamos pensado no início já que ficamos com a ideia de que preferíamos ir para outro sítio que, antes de sairmos de casa, nem sequer fazíamos ideia de que existia.
A ideia mais simpática de todas é ficar livre de horários e de planos rígidos. Quando nos aventuramos em direcção ao desconhecido, é melhor adaptarmo-nos, sermos flexíveis e deixarmo-nos levar pelos nossos desejos."
Josie Dew em "Pelo Mundo em Bicicleta"
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