"Que a música traga a paz que os poetas desconhecem
Que traga com ela uma ponta de estrela
Uma partícula de uma constelação longínqua
Que a música me embale, me estique os lençóis
Me diga boa noite. E amanhã ...
Traga a força ensolarada deste Outubro em chamas
E o sol, o sol penetre as janelas da alma
Que a música traga o som da harpa
Nas mãos de uma criança curiosa
Traga com ela uma guitarra, na voz cansada da minha mãe
Que cante um fado
Embale, traga de volta a esperança
De ser criança.
Que a música traga a força, e livremente
Me sacuda ao alto ...
Ao cair feito em pedaços no frio asfalto
O meu corpo cansado sucumbirá
Percorrendo um clave que abrirá
O fosso da alma onde pernoito
Por fim ... um novo poema renascerá!"
Antónia Ruivo
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