"O poema surge do interior do poeta, da sua própria vida, e ainda assim deve falar daqueles subtilíssimos sentimentos que não lhe pertencem a ele apenas, pois nesse caso seria um mau poema, na exacta medida em que não poderia interessar a ninguém mais do que a si mesmo. Os poemas devem construir-se a partir de algo que, constituindo parte da vida do poeta, pertença igualmente à dos demais. Este foi o meu propósito: que aquele ou aquela que leia o que escrevo possa de algum modo reconhecer-se nisso que lê. Que sinta a força que nos faz reconhecer que este - ou esta - sou eu, esse reconhecimento que travamos quando lemos um bom poema."
Joan Margarit em "Misteriosamente Feliz"
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