"Há, de facto, uma proporção ideal entre a quantidade de clareza e a quantidade de obscuridade que um verso deverá ter para manter a ligação aos homens. Se esta proporção não for atingida, o verso desliga-se dos homens (como o barco se desliga do cais quando o marinheiro corta a corda que o amarra). Se um verso não se liga a pelo menos um homem, ficará apenas nas mãos de quem o escreveu, o que poderá não ser suficiente.
Claro está que na poesia não se trata de falar com a velha avó sobre o frio que faz de noite. Como dissemos, há uma clareza exigida ao verso, mas também se exige uma certa obscuridade."
Gonçalo M. Tavares em "O Senhor Eliot e as conferências"
Gonçalo M. Tavares em "O Senhor Eliot e as conferências"
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