sábado, 12 de outubro de 2019

Erguem-se As Casas

"Erguem-se as casas nas colinas
e, como as árvores, entristecem
naquele Outono em que partiste.
As aves, essas, riscam o céu,
mas tão rendidas à nostalgia
que parecem apenas traços serem
em teu silêncio que ainda
ouço. O bronze das estátuas
enegrece e as figuras agigantam-se
nas praças onde as pombas
apodrecem. Olha, se voltares,
a tempo desta cidade renascer,
farei outros poemas. A luz
será um espelho bem diferente."


Eduardo Guerra Carneiro  em "Mil e Outras Noites - Uma Antologia"
Língua Morta, Maio 2018
Página 184

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