«Não acreditem em nada, nem mesmo no que vos digo!», replicou Buda. «Mesmo que seja um ensinamento antigo, mesmo que seja ensinado por um mestre altamente credenciado. Devem usar a vossa inteligência e mente crítica para examinar tudo o que vêem ou ouvem cuidadosamente. E depois ponham o ensinamento em prática para ver se vos ajuda a libertarem-se do sofrimento e das dificuldades. Se assim for, podem acreditar nisso.» (...) precisamos ter uma mente discriminatória e crítica como esta.
Se não permitirmos que as nossas crenças evoluam, se não mantivermos uma mente aberta, arriscamo-nos a acordar um dia e descobrir que perdemos a fé naquilo em que antes acreditávamos. Pode ser devastador. Como praticantes de meditação, nunca deveríamos aceitar nada com base numa fé cega, considerando-o como uma verdade absoluta e imutável. Devemos investigar e observar a realidade com mindfulness e concentração, de modo que a nossa compreensão e fé se possam aprofundar dia a dia. É este género de fé que não podemos perder, porque não se baseia em ideias ou crenças, mas na realidade experienciada."
"A arte de viver" de Thich Nhat Hanh
Nascente, 2ª edição (Maio de 2019)
Página 49
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