" ... estava próximo da natureza, da Terra, do Sol, da Lua, do tempo, da criatura viva e, sobretudo, também da noite, dos sonhos e do que quer que "Deus" provocasse directamente em mim. Ponho aqui "Deus" entre aspas. É que a natureza, tal como eu próprio, parecia-me posta de lado por Deus, como não-Deus, embora tivesse sido criada por Ele como expressão do seu ser. Não me entrava na cabeça que o ter sido feito à imagem e semelhança apenas se aplicasse ao ser humano. Na verdade, parecia-me que as altas montanhas, rios, lagos, as belas árvores, flores e animais manifestavam muito mais a essência de Deus do que os seres humanos nas suas roupas ridículas, na sua baixeza, estupidez, vaidade, mentira e no seu repugnante egoísmo."
"Memórias, Sonhos, Reflexões" de C.G. Jung
Relógio D' Água Editores, Julho de 2019
Página 61
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