a noite longínqua que chora,
muda, no fundo do coração,
e as estrelas passam cansadas.
Uma face aflora uma face -
é um tremor frio, alguém
se agita e te suplica, só,
perdido em ti, na tua febre.
A noite sofre e anseia pelo amanhecer,
pobre coração que estremeces.
Ó rosto fechado, negra angústia,
febre que afliges as estrelas,
os que esperam como tu o amanhecer
sondam o teu rosto em silêncio.
Estendes-te sob a capa da noite
como um horizonte morto e fechado.
Pobre coração que estremeces,
num dia distante foste o amanhecer."
"Virá a morte e terá os teus olhos" de Cesare Pavese
Edições do Saguão
1ª edição, Abril de 2021
Página 51
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