"por sete caminhos, uma lua, um veneno,
por sete caminhos partimos,
na mochila do ar, no barco do vento.
na floresta azul logo nos perdemos,
na estrada, no medo, no mudo segredo,
pelas sete partidas nos rompemos.
ao dia o dia um sol cinzento lega
a noite a outra noite se lamenta
amanhã morreremos sem palavras.
e no dia da marcha estaremos à porta
e próximos enfim, se o coração exulta.
o dia ao dia dá um sol radiante,
a noite em outra noite verte estrelas,
felizes que semeiam e não colhem,
sabem que o seu coração está clamando no deserto
nos seus lábios floresce o silêncio.
por sete caminhos partimos,
por um regressamos."
António Franco Alexandre em "As Moradas 1&2"
António Franco Alexandre em "As Moradas 1&2"
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