"Beleza tão lacustre e recolhida
Tão pródiga em tórpidos encantos
E os lagos tão mortiços nos seus prantos ...
Que bom ao campo vir eu de fugida!
Aqui nesta lagoa verde-tudo
É como se admirasse um óleo morto,
Um leito de uvas, peras, figos, o horto
À mesa, a safra triste, o pão sisudo.
Mas p'ra quê ser rural, se apartamentos
Desfrutam destas carnes de verdura
E ao menos no meu quadro sempre dura
A vida destes podres elementos?
Assim eu digo dane-se a natura!
Prefiro a eternidade da clausura!"
Daniel Jonas em "Oblívio"
Assírio & Alvim, 2017
Página 13
Sem comentários:
Enviar um comentário