"M.A.P - Num poema seu o «Kaos onde tudo nascia» é o «palácio do Minotauro» da infância ...
S.M.B - É um pouco todo aquele mundo de coisas múltiplas, diversas, contraditórias, assustadoras que enfrentamos na infância e que não conseguimos organizar dentro de nós, decifrar, compreender, mas que ao mesmo tempo são muito ricas. A diferença entre o caos e o mal é que enquanto o mal é uma negatividade total, um puro princípio de destruição - do mal não nasce nada -, o caos tem em si uma força de recriação. Em Hesíodo ao princípio era o caos. E na Bíblia «as trevas que cobriam a face do abismo» são ainda o caos, do qual Deus vai tirar o mundo ordenado, dividindo as águas, dividindo a noite do dia ..."
JL - Jornal de Letras, Artes e Ideias, nº 26, 16 de Fevereiro de 1982
Entrevista de Maria Armanda Passos a Sophia de Mello Breyner Andresen
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