" ... a personalidade de cada um de nós está modelada - mais do que gostamos de admitir - pelos hábitos mentais, a repetição e o chauvinismo: «Se todas as pessoas pudessem escolher entre todos os costumes, convidando-as a optar pelos mais perfeitos, cada uma escolheria o seu; cada uma está extremamente convencida de que os seus próprios costumes são os mais perfeitos.
(...)
Os costumes são muito diferentes em cada cultura, mas a sua força é gigantesca em todo o lado. No fundo, o que as comunidades humanas têm em comum é aquilo que, inevitavelmente, as põe em confronto: a tendência para se julgarem melhores. Como revelou o olhar irónico do grego nómada, estamos todos muito dispostos para nos considerarmos superiores. Nisso somos iguais."
"Reconheço que, perante as leituras alheias, sinto uma curiosidade desenfreada. Nos autocarros, no elétrico e no comboio, torço o pescoço em contorções inverosímeis tentando descobrir o que é que os viajantes à minha volta leem. Acho que os livros descrevem as pessoas que os têm entre as mãos."
"O Infinito Num Junco" de Irene Vallejo
Bertrand Editora
1ª edição, Outubro de 2020
Páginas 187, 188 e 199
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