"Os amantes nunca se combinam bem, não acha? Um deles lança sempre a sua sombra sobre o outro e impede-o de crescer, de modo que aquele que se sente sufocado procura desesperadamente um meio de evadir-se, para poder crescer sem entraves. Não é este o drama essencial do amor?"
"Um artista não vive a sua vida pessoal como nós fazemos, oculta-a, obrigando-nos a penetrar nos seus livros se desejamos conhecer a verdadeira fonte dos seus sentimentos. Para além de todas as suas preocupações sexuais, sociais, religiosas, etc. (todas as abstracções que constituem a matéria-prima que alimenta as segregações do cérebro), está simplesmente um homem torturado para além do que é possível suportar, pela falta de ternura que existe no mundo."
"Não dependem todas as coisas da interpretação que damos ao silêncio que nos rodeia?"
" - Então quanto tempo vai durar este amor? (em tom de brincadeira).
- Não sei.
- Três semanas, três anos, três décadas?
- Você é, afinal, igual aos outros ... procurando meter a eternidade dentro de números! (Com voz calma mas pondo toda a alma no que dizia.)"
"O Quarteto de Alexandria" de Lawrence Durrell
Publicações Dom Quixote, 2012
Páginas 199, 200, 201 e 205
Sem comentários:
Enviar um comentário