" ... a sabedoria do bem e do mal nos está vedada como saber absoluto, pois o nosso conhecimento do que se deve fazer é tão parcial e fragmentário como parcial e fragmentário é o indivíduo ..."
(...)
Hoje toda a gente sabe e aceita que não há uma visão do mundo única e privilegiada, que todo o saber é relativo ao ponto de vista do investigador ou do estudioso - ou pelo menos, ao ponto de vista da sua cultura -, que a objectividade pura é um mito, mesmo nas ciências mais empíricas, que os absolutos são incompreensíveis, e que tudo o que é interessante é passível de opiniões diferentes.
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As epistemologias não confiam na capacidade do sujeito para alcançar a verdade: falam da nossa realidade intersubjectiva, da inevitabilidade do diálogo. Só existe objectividade intersubjectiva, o consenso é o que existe de mais aproximado à verdade ...
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Também é certo que todos nos tornamos mais humildes no que diz respeito às possibilidades do conhecimento ou das ciências. Qualquer cientista ou investigador está consciente das limitações da sua disciplina, da obrigatória interdependência entre os diferentes saberes."
"Paradoxos Do Individualismo" de Victoria Camps
Relógio D' Água, 1996
Páginas 87 e 144
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