quarta-feira, 30 de dezembro de 2020

 
"O ser humano é uma criatura complexa. Os homens e mulheres vivem inseridos num elaborado quadro de prescrições culturais, inclinações biológicas, tradições históricas, processos psicológicos e experiências pessoais. Então, e se a monogamia não for «natural»? E se o adultério for «natural»? Poderá alguma coisa humana ser «natural»? E que diferença faz?
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Em Too Far to Go, John Updike escreveu que o casamento é «um milhão de momentos monótonos partilhados». Sem amor, essa partilha não seria provavelmente procurada; e, com essa partilha, o amor amadurece e desenvolve-se. Contudo, a partilha de um milhão de momentos mundanos também pode tornar-se bastante enfadonha. Os laços sagrados do matrimónio podem converter-se num beco sem saída.
(...)
Não é comum falar-se de um «casamento apaixonado». Falamos, sim, de um bom casamento, de um casamento feliz, confortável ou compatível, mas raramente de um casamento apaixonado. Ou, pelo menos, não por muito tempo."



"O Mito da Monogamia" de David P. Barash
Sinais de Fogo Publicações
1ª edição, Abril de 2002
Páginas 327, 328 e 329

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