Entorpecida pela melodia da brisa.
Refúgio de sombras e musgos
Que se fundem nas paredes vivas.
As pedras cativas, ávidas de luz,
Lutam pela vida entre os ramos enleados e a árvore.
As suas raízes rasgam as veias da terra
Que se entrega plebeia e humilde.
Um melro pousa no solo outrora sagrado.
Túmulo de um cavaleiro moçárabe.
Vai e volta desenhando no ar
Círculos de tempo que não passa.
Quem te abandonou no silêncio do mundo?
Quem te abandonou nos braços da terra?"
"O Jardim Que O Pensamento Permite - antologia poética sobre Monserrate"
Prefácio, selecção e edição de José Manuel de Vasconcelos
Sistema Solar (chancela Documenta), Outubro de 2016
Página 50
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