como portas mal fechadas,
noite adiante quebradas
no segredo que as deslumbra.
Rangem os barcos, e o vento
com sua voz incompleta,
a chicoteá-los, inquieta
o corpo todo sangrento
da praia que longe, absorta,
já se não move - mas grita,
na solidão infinita
de uma deusa quase morta."
"Obra Poética [1948-1995]" de David Mourão-Ferreira
Assírio & Alvim
1ª edição, Novembro de 2019
Página 84
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