"Vou à Praia das Maçãs só para mim e por mim, comovida pela profunda liberdade que ela me inspira. Olho pouco o mar, mais as serras que vejo ao longe; o que eu procuro é restabelecer-me da dispersão, dos sentidos mortos, que morrem, e vejo Hölderlin a sorrir, a contestar a sua presença ao género - este, humano. Levanto-me do lugar onde estou, e vou com ele pela praia, em direcção da terra - lugar de espuma e de kermesse. Sorrimos um ao outro e reparamos nossa angústia pela Poesia, e a marcha do cavalo que somos nós, pensando - escrevendo na direcção um do outro. Para escrever nos afastamos, mas agora - caímos no mesmo pensamento absoluto."
"Sintra em passo de pensamento" de Maria Gabriela Llansol
Feitoria dos Livros, 2019
Página 75
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