ausente
toda a luz
Saísse eu deste quadro,
poderia tocar o tronco amargo,
os ramos mais esguios dessa oliveira,
libertar-me das mãos
Podia ainda, se quisesse,
inventar vento
aproveitando a chama que ele
ostenta
Devo ceder a quê?
À história que contaram
sobre mim?
Eles não sabem da história mais de dentro,
a que me fez chegar até aqui,
sabendo finalmente:
que dizer sim
era morrer por dentro
que dizer não
era afogar-me nessa longa chama,
numa Palavra -
em mim"
"Ágora" de Ana Luísa Amaral
Assírio & Alvim
1ª edição, Novembro de 2019
Páginas 25 e 26
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