Julião Sarmento: Não. E jamais faria, porque gosto muito de psicanálise, enquanto teoria, mas acho que é ineficaz enquanto prática.
Porque não resolve os problemas ou porque o Julião não se quer conhecer?
Julião Sarmento: Considero que os problemas podem resolver-se de outras maneiras. Na minha óptica, estar sentado a falar com um analista que, grande parte das vezes, é menos inteligente do que o paciente, não me convence. Para mim, a psicanálise é sobretudo um exercício de inteligência.
Diz-se que o efeito prático da psicanálise provém de a própria pessoa se ouvir a dizer as coisas, com o testemunho do analista. O que importa é o testemunho: alguém a ouvir o relato.
Julião Sarmento: Interesso-me pela psicanálise lacaniana porque trata do trauma.
Nesse caso, a Lacan, falaria sobre os terramotos?
Julião Sarmento: Falaria de tudo."
"Julião Sarmento: O Artista Como Ele É"- conversas com Sara Antónia Matos e Pedro Faro
Editora Documenta
1ª edição, Dezembro de 2016
Página 143
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