Pela verde encosta a meu lado
E meus passos que aí morrem;
Por doce paz compensado
De todo o espinho da alma,
Pois pensar é escuro tormento
E sempre a dor foi a paga
Da arte e do pensamento.
Belas imagens no vale,
Entre jardins e arvoredo,
A vereda estreita, igual
Ao ribeiro escondido, a medo.
Como é bom de longe ver
A magnífica paisagem,
Tão serena em seu fulgor,
Que tanto amo na estiagem.
A divindade, sempre atenta,
Primeiro manda-nos o azul,
Depois a nuvem cinzenta
Num céu de abóbadas mil;
E descem clarões, assombra
O trovão em tons irreais,
E há uma beleza que lembra
Imagens primordiais."
Friedrich Hölderlin em "Todos Os Poemas seguido de Esboço De Uma Poética"
Assírio & Alvim
1ª edição, Maio de 2021
Página 553
Sem comentários:
Enviar um comentário