segunda-feira, 29 de dezembro de 2014

Morango

"Cardápio organizado de múltiplas receitas, escolhidas sabiamente e sugeridas pelos inúmeros versos gastronómicos, onde se evocam ingredientes culinários ou mesmo pratos, triviais ou exóticos."





VÍCIO DO TEU DESERTO
 
"Vício de minha
evidência
morangos de sua cor
os frutos do teu
deserto
como animais de calor
 
ou cactos de tua
paz
 
ou rosas de teu
silêncio
 
ou cravos de teu
sorriso
 
ou girassóis de meus
seios
com raízes nos teus dedos."

Maria Teresa Horta, in "Minha Senhora de Mim"



 
 
 
Mousse de Morangos com Queijo Branco
 
Ingredientes:
 
  • 250 gr de morangos
  • 600 gr de coulis de morangos*
  • 500 gr de queijo branco
  • Sumo de 2 limões
  • 6 folhas de gelatina
  • 2 ovos
  • 100 gr de açúcar em pó
 
Preparação:
 
  • Demolha-se a gelatina e derrete-se no sumo dos limões.
  • Mistura-se o queijo, o açúcar, as gemas e a gelatina.
  • Acrescente 500 gr de coulis de morango, e incorpore tudo nas claras batidas em castelo.
  • Vai ao frigorífico mais ou menos 3 horas.
  • Desenforme, e enfeite com os morangos inteiros; polvilhe com açúcar em pó.
  • Sirva à parte o restante coulis.
 
* Xarope feito de fruta com açúcar em ponto, batido na varinha mágica e depois passado por um passador de rede fina.
 
 
 
"A Poesia é para Comer" - Selecção de poemas de Ana Vidal

sexta-feira, 26 de dezembro de 2014

Os antigos mistérios

 
"Existe no Extremo Oriente uma crença antiga, e largamente difundida, numa galáxia de espíritos esclarecidos que vivem à parte nas regiões inacessíveis da Ásia.
(...)
Note-se o facto de que Pitágoras e Apolónio estiveram em contacto com um sistema muito velho de instrução iniciática conhecido sob o nome de Grandes Mistérios. Enquanto os Mistérios Menores eram simplesmente os cultos populares, os Grandes Mistérios eram reservados a um círculo restrito de espíritos cultos capazes de se elevarem acima do nível médio das massas.
(...)
No Egipto, na Grécia, na Babilónia ou na Índia, aquele que aspirasse à iniciação esperava revelações contemplando o infinito durante as noites consteladas de estrelas. Assim, Pitágoras encontrou as sete notas da escala e a «música das esferas», o sentido filosófico dos números e a forma redonda da Terra. De uma maneira idêntica, Platão descobriu que as ideias abstractas formavam, por si mesmas, um mundo invisível. A natureza eterna do universo foi revelada a Heraclito do Ponto. A maior parte da filosofia grega teve a sua origem nos Mistérios do Egipto. Pitágoras e Platão foram instruídos pelos Grandes Sacerdotes do vale do Nilo.
(...)
Os Mistérios usaram sempre uma linguagem hermética para salvaguardar os conhecimentos secretos.
(...)
Desde os tempos mais remotos existe um código internacional secreto de símbolos de uso comum dos iniciados, que dá a chave da significação dessas doutrinas secretas, símbolos que ainda são ciosamente guardados pelas confrarias religiosas da Índia, do Tibete, da China, da Mongólia e do Japão, diz um professor de Oxford, o doutor Evans-Wentz.
(...)
"A admissão aos Grandes Mistérios exigia complicadas cerimónias, chamadas iniciações. Através das obras dos autores clássicos, parece evidente que se manifestavam fenómenos extraordinários enquanto esses ritos se realizavam.
(...)
Os Mistérios receberam os maiores elogios de uma grande parte dos espíritos esclarecidos dos tempos antigos: Píndaro, Platão, Plutarco, Eurípides, Aristófanes, Cícero, Epicteto, Marco Aurélio e muitos outros. As narrativas desses grandes pensadores mostram o respeito que tinham pelos Mistérios. É uma verdade histórica que a grande ciência, o imenso saber e a alta filosofia das Escolas dos Mistérios Egípcios estimularam os homens mais eminentes da idade clássica.
Os mais difundidos desses Mistérios eram os de Ísis, de Orfeu, de Elêusis, de Ceres, de Mitra. As cerimónias de iniciação desenrolavam-se de noite, geralmente em grutas, labirintos ou pirâmides. O carácter cósmico e significativo dos Grandes Mistérios torna-se aparente, partindo da doutrina fundamental de que a Terra é para o homem, simplesmente, um lugar de exílio e de que o espaço sideral é a sua verdadeira morada.
Assim, uma associação de Homens Sábios, mundialmente disseminada, foi criada na aurora da civilização e conseguiu conservar a Antiga Sabedoria durante milhares de anos. Existia uma íntima relação entre a Ciência - especialmente a astronomia - e os Grandes Mistérios. Esta conclusão ressalta do simbolismo astronómico empregado nos Mistérios.
(...)
É evidente, através dos documentos históricos precedentes, que as Escolas do Mistério não só abriam os olhos para o Eu subliminar e elevavam o homem a um plano cósmico de consciência, como também lhe davam uma instrução científica e dados precisos sobre a história desconhecida da humanidade."

"Shambhala - A misteriosa civilização tibetana"  de Andrew Thomas

quinta-feira, 25 de dezembro de 2014

Harley Weir








 

Laranja

"Cardápio organizado de múltiplas receitas, escolhidas sabiamente e sugeridas pelos inúmeros versos gastronómicos, onde se evocam ingredientes culinários ou mesmo pratos, triviais ou exóticos."




PARAÍSO
 
"Deixa ficar comigo a madrugada,
para que a luz do sol não me constranja.
Numa taça de sombra estilhaçada,
deita sumo de lua e de laranja.
 
Arranja uma pianola, um disco, um posto,
onde eu ouça o estertor de uma gaivota ...
Crepite, em derredor, o mar de Agosto ...
E o outro cheiro, o teu, à minha volta!
 
Depois, podes partir. Só te aconselho
que acendas, para tudo ser perfeito,
à cabeceira a luz do teu joelho,
entre os lençóis o lume do teu peito ...
 
Podes partir. De nada mais preciso
para a minha ilusão do Paraíso."
 
David Mourão-Ferreira in Obra Poética


 
 
 
Compota de Cebola com Vinho Tinto e Laranja
 
Ingredientes:
 
  • 3 colheres de sopa de óleo
  • 400 gr de cebolas finamente cortadas
  • 3,5 dl de bom vinho tinto
  • 6 dl de sumo de laranja
  • 1 colher de café de concentrado de tomate
  • 1 colher de sopa de mel
  • 2 grãos de cardamomo esmagados
  • Sal e pimenta q.b.
 
Preparação:
  • Aqueça o óleo numa frigideira que possa ir ao forno e junte-lhe a cebola, deixando cozer mais ou menos 10 minutos.
  • Entretanto, leve o vinho a ferver e flameje.
  • Deite-o, junto com o sumo das laranjas, sobre as cebolas, junte-lhe o cardamomo esmagado, o sal e a pimenta.
  • Tape e leve ao forno entre 60 a 90 minutos, até o vinho estar completamente absorvido. Junte-lhe o mel e deixe ferver entre 5 a 10 minutos.
  • Deixe arrefecer, e conserve em frascos no frigorífico.
 
"A Poesia é para Comer" - Selecção de poemas de Ana Vidal