terça-feira, 1 de setembro de 2015

"Eu e a minha mulher tínhamos visitado Miss Stein e tanto ela como a amiga com quem vivia se tinham mostrado extremamente cordiais e afetuosas. Apreciáramos devidamente o grande estúdio povoado de grandes quadros. Aquilo era como estar numa das melhores salas de um dos mais belos museus, com a seguinte diferença porém: é que ali, além de desfrutarmos de uma vasta lareira que irradiava calor, proporcionando conforto, ofereciam-nos boas coisas de comer, chá e licores de destilação natural, feitos de ameixas escuras, de ameixas amarelas e de amoras silvestres. Essas bebidas, perfumadas e incolores, guardadas em garrafas de vidro lapidado, eram-nos servidas em cálices e, quer fossem de quetsche, de ameixazinhas amarelas ou de framboesas, todas elas sabiam aos frutos de que provinham, e, convertendo-se em fogo concentrado na nossa língua, aqueciam-nos e tornavam-nos comunicativos."
 
"Paris é uma Festa" de Ernest Hemingway

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