domingo, 1 de junho de 2014

"Não sei nada da oração. Não rezo, não sei rezar. Pelo menos na acepção vulgar do termo.
O verdadeiro acto de rezar, para mim, é silencioso, de atenção à presença do mundo, à palpitação da vida, ao perfume e à cor do instante. Contemplação.
(...)
Creio em níveis de organização superiores que transcendem os nossos esquemas biológicos e físicos, mas não gosto nada de utilizar a palavra «Deus», palavra em que se mete tudo, ...
(...)
Todo o lado "mistérico" (mistério+histeria) das religiões me soa a falso ou a demasiado virtuoso: macerações, torturas psíquicas e corporais, penitências, parecem, com efeito, ter mais a ver com a loucura vulgar do que com outra coisa. Em compensação, o ambiente das igrejas e a repercussão do fervor dos fiéis toca-me muito."
 
Marc de Smedt  em "Elogio do Bom Senso"

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